Murtas floridas

Ali pelas seis da manhã ,já estava na avendia Eduardo Lírio, caminhando com minha cachorrinha Nina.E estava observando as murtas floridas.Alguns dizem que é dama da noite.Sinceramente não sei a diferença.Só sei que aqui nesta cidade tem muitas delas plantadas e agora estão florescendo que é uma beleza.Acho que a dama da noite não é ávore,é uma trepadeira.Dá flor uma vez por ano só e dura só uma noite.

Na Antiguidade,a murta era consagrada à deusa Afrodite. .Símbolo da generosidade e do amor incondicional.

A coroa de murta era usada pelo vencedor cuja vitória não teve derramamento de sangue, ao contrário da coroa de louros.

A Princesa Diane usou no dia do casamento um buquê com ramos de murta.

Acho melhor não copiar a ideia.Parece que é uma tradição na nobreza britânica.

Em minha caminhada pude ver nos terrenos baldios o beijo-de-moça ou cosmos de jardim.As flores são alaranjadas.

Enquanto caminhava ia pensando no livro "O Deus que conheço", do Rubem Alves.Tinha lido algumas páginas, mas nesta manhã,antes da caminhada tinha avançado na leitura.Como ele escreve bem!Fiquei pensando como eram as prédicas dele quando pastor protestante.As pessoas que o ouviram foram privilegiadas.Mas de certa forma todos nós hoje somos privilegiados em poder ler o que ele escreve.Além da erudição, tem poesia. Ele fala muito da morte.As pessoas ficam implicadas com isto.Mas toda pessoa que se aprofunda em suas reflexões vai acabar enfrentando este tema.Digo,enfrentando porque é preciso coragem para falar da morte e continuar vivendo.RubemAlves preocupa-se muito com o morrer. Mas acho que o medo maior das pessoas tem a ver com o morrer.Com a morte em si também. Afinal é uma experiência que todos nós vamos fazer sozinhos.(Os espíritas não concordam,acham que somos assistidos nesta hora. Melhor acreditar nisto. O terror pode diminuir) Uma experiência que não sei se podemos chamar por este nome.Teria sentido se fosse com consciência. Mas quem sabe dizer se quem morre tem consciência de que está morrendo? Novamente digo que os espíritas tem explicação para este momento. Mas a verdade é que ninguém sabe como é. Talvez por isto haja tanto medo da morte.Acho que a melhor morte é a que ocorre durante uma cirurgia.De um sono artificial a pessoa parte para o sono eterno.e não entendo porque as pessoas mesmo muito religiosas têm tanto medo deste momento.Se acreditam na continuidade da vida, não há porque achar ruim.Afinal foi a vontade de Deus .

Hebe Camargo,entrevistada pela Marília Gabriela disse que não tem medo da morte. Ela disse que tem peninha.Peninha de deixar os amigos, de deixar as coisas que ela gosta."Manguassar, segundo ela deu a entender , seria uma das coisas.É,o Paraíso não deve ter gin tônica ou coisas parecidas.O Paraíso deve ser um lugar bem chatinho. Só os mulcumanos homens não acham.Porque lá tem as mil virgens esperando.É, uma vez minha amiga Elaine falou que cada um imagina o inferno segundo o seu próprio estado mental.Acho que o Paraíso também.

Tem uma frase no livro que elucida bem esta questão.É de Angelo Silesius.

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.. o olho através do qual Deus me vê é o mesmo através do qual eu o vejo

Rubem Alves conta no livro um fato que ocorre em Israel.

"O amigo explicou: "Hoje é o shabat.Não se pode fazer trabalho algum.Apertar um botão de elevador é um trabalho.Assim,para evitar que os fiéis sejam obrigados a pecar,apertando os botões de seus andares, no shabat todos os elevadores são programados para ficar subindo e descendo sem parar,parando em todos os andares.Assim,pode-se subir ou descer sem pecar com a ponta do dedo"

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